2008 - O ano do 80
O ano de 2008, foi o ano do "80" no que diz respeito à publicação de guias de escalada em Portugal, feitos por autores Portugueses. Passámos do 8 para o 80, ou melhor de 0 para 4.
Ora vejamos,... em Fevereiro eu e o Filipe Cardinal com o apoio da Associação Pé no Trilho, apresentámos o Guia de Escalada do Litoral Centro de Portugal, guia que documenta praticamente todas as zonas de escalada do litoral centro português (desportiva, bloco e clássica). Quase ao mesmo tempo, nos Açores, mais precisamente na Ilha Terceira, a Associação "Os Montanheiros" edita o guia de escalada da mesma ilha, obra que apresenta as suas 3 zonas de escalada (desportiva e bloco). Novamente no continente, em Maio, Paulo Roxo, com o apoio editorial da Loja Espaços Naturais lança o Guia de Escalada do Cabo Carvoeiro, livro que documenta as 132 vias de "entalecos" daquela península. Mesmo a acabar o ano, ainda os insulares (Os Montanheiros leia-se), editam o Guia de Escalada Pico/São Jorge (desportiva). É caso para dizer que demorou mas foi...
Existem ainda outras obras na calha, de outros autores, que estão à espera de luz verde para nascer, a eles e a outros que pensem em lançar-se ao desafio apenas se podem pedir "ganas" e motivação para terminar o projecto, afinal é possível haver em Portugal publicações de qualidade, na área técnica da Montanha e/ou Escalada.
Marco Inácio
Abertura de duas novas vias
Escalada na Torre Pequena - Lindoso
Torre Pequena ao Fundo
Quinta-feira dia 13 de Novembro, são 08.05h e o meu telemóvel toca, é o Nuno que já está lá em baixo à minha espera, acabo as últimas arrumações e desço as escadas em passo de corrida, ele já está com a bagageira aberta, no entanto ainda há tempo para um café e um pastel de nata na pastelaria em frente a casa... 15 minutos depois já estamos metidos no seu Ford Fiesta rumo a Norte, destino: Torre Pequena no Lindoso e à via Cromlech, aberta pelo Pedro e pela Rita Pacheco.
Às 09.30h já andamos à procura da parede, caminho abaixo, caminho acima, qual Fiesta 4x4, e... nada, fo#.+* não encontramos a parede, solução... puxámos pelo Kit de emergência e... ouve-se uma voz ensonada do outro lado da linha: - estou?! e eu respondo: - sim, Pedro Guedes (da Espaços Naturais) é o Marco Inácio, ando aqui fo#.+*ido com o Nuno à meia hora à procura da Torre Pequena, dá-nos lá uma ajuda. Dois ou três re-telefonemas depois lá conseguimos perceber as suas indicações e tomámos o caminho certo. Na conversa alertou-nos que a parte do caminho de terra só se fazia em 4x4 e portanto, mais 2 km de caminho a pé e que em termos de acesso pós caminho de terra, ainda que o trilho tivesse mato, seria mais ou menos simples chegar à parede, pois o Pedro Pacheco estivera lá uns tempos antes e tinha-lhe dado essa indicação.
Primeiro: O Pedro Guedes não sabia que tinhamos um Ford Fiesta e portanto um 2x4 à altura de nos levar até ao início do trilho.
Segundo: O trilho??!! Sem mato??!!.... o catano ou o camandro ou o caneco, isso é que era bom, ou não demos com o trilho ou então... não sei...
... passámos a segunda ponte, por cima do rio Cabril, e logo pela direita, já com a Torre bem visível, pusemo-nos a atalhar na sua direcção, por entre silvas, tojos, urzes, medronheiros, e outras arbustivas lá fomos muito lentamente ao som dos mais belos, cara#=*#, fo$#*-se fi#*... da pu+#$, emanados pelas cordas vocais do Nuno... hora e meia depois de sair do carro, estamos na base da parede, encharcados, esfaimaidos, desanimados, enfim... do piorzinho.
Ao meio dia e meio começamos a escalar, o primeiro lance fica por minha conta e revela-se arbustivo, húmido e de pouco interesse, tem apenas uma passagem de IV grau, num diedro/chaminé a dois metros abaixo da reunião que viria a montar a seguir. No segundo lance, o Nuno vai na frente, mas fazemos cerca de 30 metros com as cordas debaixo do braço e sem colocar qualquer protecção (III grau). Logo que a parede empina, montamos uma reunião e o Nuno volta a ir na frente. A primeira parte do lance é muito suja e apenas nos últimos metros a coisa melhora. Este lance tem apenas um passo de IV uns 7 metros abaixo da reunião. O quarto lance coube-me a mim, inicialmente tivémos dúvidas por onde seguia, se pela chaminé à esquerda se pela placa em frente, mas foi pela placa que nos decidimos e ao que parece bem, apesar dos primeiros metros serem um pouco expostos, mais para cima o lance revela-se bonito e fotogénico e a bem da verdade o dia valeu por ele. São 15.30h e estamos na quarta reunião, esta era a hora limite para sairmos da parede, rapelar, chegar às mochilas, rumar ao carro, tudo junto ainda eram quase duas horas e o caminho que tinhamos pela frente não estávamos com vontade de o fazer à noite, por isso... tivémos mesmo de descer, não deixando no entanto de perceber que os lances mais interessantes e mais verticais vinham a seguir... teriam de ficar para uma apróxima. Na linha de rapel identificámos uma fissura/diedro fantástica, limpa, com uns 15 a 20 metros que promete.
O caminho de descida... igual ao de subida, picante...
São 17.15h, chegamos ao carro e penitanciamo-nos por não ter ido para a Meadinha ;-) ... mas valeu a experiência e o local.
O mato... e o Nuno.
Primeira Reu
Nuno no primeiro lance
Segunda Reu
Nuno a ver a parede por onde segue a via
A fissura horizontal por onde segue a via (de cima)
O Nuno no passo mais acrobático da via
Na placa de saída a chegar à quarta reu
O Rapel, à direita fica a fissura de cerca de 20Mts
Eu no fim do Rapel, com a fissura à esquerda.
Maio 2008 - Escalada no Peñon Grande de Grazalema
Mónica, Gonçalo, Nuno, Ricardo e eu
Na ascensão ao Peñon Grande de Grazalema eu e o Nuno tencionávamos (por aconselhamento) fazer a Vuelo del Aguila com grau máximo de IV+, no entanto as características da parede, não nos permitiram identificar exactamente a via e foi inventar por aí acima. Do invento, saiu um lance novo na parede, o nosso penúltimo, com grau 6a [de cor azul no croqui, (a vermelho está o traçado da via que fizémos que julgamos ser também o da via original e a vermelho tracejado a continuação da mesma via que acabámos por não seguir)].
Nuno a abrir o primeiro lance
Grazalema lá em baixo e o Nuno a chegar à 4.ª reunião.
Eu algures no terceiro lance
Nuno a sair da verticalidade do 6.º lance, o novo que abrimos.
Ainda nesse lance
Nós no cume.
À noite o merecido jantar...
... com a bela chouriça caseira.
O CROQUI
Gredos 2007 - Escalada no 2º e 3º Hermanito (2329Mts)
Da esquerda para a direita: Nuno, Octávio, Tiago, António, Marco e Diogo
Nuno no 3.º hermanito
A via do 3.º hermanito é de apenas um lance e calhou ao Diogo abri-lo
Ainda o Nuno no 3.º hermanito
Aproximação ao 2º hermanito. A Neve e Gelo obrigaram-nos a usar o piolet e crampons.
A via do 2.º hermanito tinha três lances e desta vez coube ao Nuno abrir o primeiro, a mim abrir o segundo e o Diogo abrir o terceiro.
Como era Natal ;-) ... eu nos primeiros metros do segundo lance.
O Nuno a chegar à segunda reunião
Nós no cume